ZÉ MÁRIO: COLUNA PUBLICADA NA 70ª EDIÇÃO

Upanema, uma cidade sem memória

Com esta frase, acredito que algumas pessoas concluirão que não gosto de nossa terra e por esta razão trago este assunto as discussões. Não se trata disso, apenas gostaria de chamar a atenção das pessoas, talvez até mesmo despertar os formadores de opinião o quanto estamos distantes da preservação da cultura e dos bens dos nossos antepassados, bem como dos costumes que em sua grande maioria serve de sobrevivência para muitas famílias em outras localidades, através do artesanato.

Sem preservação

Como não sou tão novo mais, também não muito velho, ainda me recordo de algumas coisas dos anos sessenta aqui na cidade. Daquela época nada sobrou do antigo serviço de alto falantes que funcionava, uma “boca de ferro” do lado de fora da prefeitura e a outra também por fora do mercado, todas as noites aproximadamente entre 18 e 19h. Da mesma maneira nada sobrou do antigo gerador de energia e um grande motor vermelho que tracionava o mesmo em um prédio no final da Rua João Francisco. Até mesmo o prédio da casa de força nada sobrou também foi reformado. A casa mais antiga da primeira rua da cidade também não foi tombada pelo patrimônio público. Os altares da igreja católica construído como obras de arte foram todos destruídos. O prédio do antigo colégio Alfredo Simonete  na década de setenta quando sofreu a primeira grande reforma só foi preservado parte das paredes e a planta. E daqui para frente acordaremos?