Mesmo tendo o compromisso de escrever nesta coluna assuntos relacionados à agricultura, não contive o ímpeto de extrapolar ao tema básico de qualquer civilização: a EDUCAÇÃO. Mesmo não sendo da área, e longe de ser um especialista, não nego que sou um apaixonado quando o tema é aprender. E assim me dirijo ao Editor do Jornal para este mês mudar o foco.
Olhando para a educação do nosso município, mais uma vez vamos nos deparar com o quesito prioridade, e nesse quesito também se percebe muitas dificuldades. Não é possível que “entra ano e sai ano” e continuamos a ouvir as mesmas reclamações: falta estrutura básica nas escolas, professores insatisfeitos e desinteresse dos próprios alunos pela aprendizagem, tanto na rede municipal quanto na rede estadual de ensino.
Antes de questionar os métodos de ensino, antes de tecer qualquer comentário sobre a gestão da educação, antes inclusive de fazer qualquer análise sobre a própria qualidade do ensino, é preciso que façamos uma avaliação individual sobre nosso comportamento e nossas atitudes em relação à educação: seja aluno/aluna, seja pai/mãe, seja professor/professora, seja funcionário/funcionária, seja gestor/gestora ou qualquer cidadão que tenha interesse pelo desenvolvimento humano.
Como pai, onde me enquadro, é preciso auto avaliar se tenho destinado a devida atenção a educação formal da minha filha, se conheço ou tenho informação quem são seus professores, se sei quais disciplinas ela estuda, se acompanho as tarefas e atividades diárias, se participo das reuniões da escola, se acompanho sua avaliação, se discuto com ela as suas dificuldades de aprendizagem e os temas que ela domina bem, se tenho conhecimento da estrutura da escola. Sem conhecer estas questões não tenho o direito de questionar a educação. E isso vale para todos os pais que querem realmente uma boa educação, seja na rede privada ou na rede particular de ensino.
Com relação aos professores, funcionários e gestores da educação, cabe a mesma avaliação, cada um dentro do aspecto que lhe é peculiar.
Porém, nada acontece se apenas essa auto-avaliação for feita, é preciso corrigir comportamentos e atitudes que não condizem com o bom andamento do ensino/aprendizagem. Neste aspecto não é preciso mensurar de quem é a missão mais fácil ou mais difícil é preciso apenas reconhecer os erros e mudar o percurso quando necessário.
Como vivemos uma democracia temos o direito de avaliar as gestões públicas e sendo assim, podemos dizer que se tem muito a melhorar. Além de tratar a educação como prioridade é preciso criar um novo ambiente educacional, é preciso estimular a participação, é preciso realizar eventos educacionais de maior magnitude é preciso não se dar por satisfeito com o básico.
Mas será que é possível fazer as pessoas se empolgarem com educação como se empolgam com o carnaval, com a copa do mundo e com as eleições municipais?
Mesmo que seja difícil é preciso tentar, precisamos de semanas pedagógicas mais empolgantes, com a participação de profissionais renomados. Se investirmos em atrações robustas para o carnaval, é perfeitamente louvável que também possamos investir na vinda de um grande pedagogo ou de um renomado escritor em eventos educacionais.
Será de mais sonhar com um grande evento em comemoração ao dia do Livro? Uma semana cheia de atrações, salas de leituras, debates, prêmios, eventos culturais no final do dia com boa música, dança e teatro.
Será de mais sonhar com feiras de ciências com grande apoio público e do próprio comercio local, por exemplo? É preciso inovar, buscar novos desafios, sair um pouco das gestões “engessadas”, trazer a educação para um ambiente inovador e descontraído, sem abandonar as necessárias regras e metodologias.
Será demais sonhar com uma cidade mobilizada pela leitura, com um acervo bibliotecário vasto, onde as crianças sejam atraídas desde cedo pela leitura?
Em se tratando de educação, o que trago de melhor é a esperança, a esperança que todos nós possamos acordar para um mundo que está adormecido, mas é preciso atitudes fortes e prioritárias para que este mundo aconteça.
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